Resenha Raposeira

Marivaldo caminha 60 km para ver o time do coração, o Sport Recife. Em 2020, ganhou o prêmio torcedor do ano promovido pela FIFA. Com uma garrafa d’água, um pacote de biscoito e muita força nas pernas; não fraqueja, não bobeia, vai onde tem que estar: Ilha do Retiro.   O que move marivaldo?  Segundo minha mãe, falta do que fazer. Segundo ela, se fosse para visitar um parente doente, ele não andaria tudo isso a pé. Será mesmo? Bem, a vida é cheia de obrigações. Muitos boletos para pagar. Cuidar dos filhos, da família. 40 horas de trabalho por semana. Ônibus lotado. Apesar disso, há um vazio, na existência, que precisa ser preenchido. Existir dói. Por isso mesmo, as bebidas, as drogas e os remédios; torna-se a solução para alguns. Outros vão à igreja todo domingo, buscam Deus e outros santos. Legitimo, obviamente. No caso de Marivaldo o futebol é o que dá sentido a vida. Sentir o Sport jogar faz o mundo parar. As agruras da vida, por 90 minutos, parecem menos trágicas....

  Na história recente do campinense tivemos dois craques (com estilos diferentes, é verdade) vestindo a camisa 10: Rodrigo Tabata e Washington. O primeiro, era um meia armador, maestro dentro de campo. Sua passagem ficou marcada pelas grandes jogadas, e também pela expulsão na série C de 2003 que, segundo a torcida, foi responsável pelo não acesso a série B, naquela extraordinária campanha. Washington era uma meia atacante, rápido e veloz. Marcou história sendo peça fundamental no título do campeonato Paraibano de 2008 e na campanha da Série C daquele ano, que nos trouxe o acesso. Esses dois nomes pairam no imaginário do torcedor raposeiro, e quando não estamos jogando bem é normal alguém soltar: que saudade de um grande camisa 10, que saudade de Tabata, que saudade de Washington! Bem, talvez, hoje, dia 24 de fevereiro de 2021, no amistoso contra o CSP, uma nova história esteja sendo escrita: que bola jogou o camisa 10 Cadu! Só não fez chover no Amigão! (Cadu disputa a bola com doi...