Resenha Raposeira

Gols, dribles, belas jogadas. Nó tático pra lá; Treinador burro pra cá! Foi pênalti ou não? O juiz roubou meu time! “ão ão ão, meu goleiro é paredão!” O torcedor raiz quer saber dessas coisas. Do Campo e bola. É isso que dá sentido pra ele, faz ele se alegrar na segunda feira, tirar onda com o amigo rival. Talvez o futebol seja só isso mesmo: as linhas que dividem o gramado; as redes prontas para serem estufadas; a grama verdinha pronta para o desfile; a bola querendo ser amada.   Talvez, repito, o futebol seja somente isso: alegrias nas pernas tortas; elásticos desconcertantes; calcanhares humilhantes; soco no ar; La mano de Dios. Mas talvez, vá além disso, na verdade. Sem querer ou querendo, um jogador ou um clube tem uma função simbólica importante: influencia, dita moda, pode ajudar pessoas, parar uma Guerra. Essa semana o Campinense cumpriu sua função social, prestigiando um amistoso de futsal – em alusão ao dia internacional da síndrome de Down - promovid...

O tempo é como enchente, arrasta tudo. Ou como disse o poeta: "É tudo temporário no tapete voador do calendário" O calendário levou o tempo do clássico cheio de gente no Amigão, das gigantescas bandeiras balançando, dos papéis higiênicos voando, das provocações lado a lado. O tempo - junto com as más gestões, a falta de participação popular na administração dos clubes e a desigualdade econômica - levou embora os craques (de tempos passados) e os bons jogadores do início do século XXI. O tempo - matéria prima dos poetas, físicos e historiadores - escorreu lentamente em 90 minutos,  no jogo de ontem entre Campinense e treze. O tempo atual faz questão de maltratar e torturar a bola, futebol burocrático, o resultado é mais importante. Já não há espaço para pernas tortas e alegres; que fazia sorrir até o mais sisudo torcedor. O tempo colocou Joselito Lucena na História, pelas narrações antológicas e pela criação do Clássico dos Maiorais .  Pela tradição ainda é, mas o tempo e os ...

  Não basta o preço absurdo da gasolina, do botijão de gás, do quilo do feijão, da passagem de ônibus...o absurdo também chegou ao futebol: 60 pratas para ver um Clássico dos Maiorais; para ver o duelo de um time de Série C contra um time sem Série – ingresso mais caro que os clássicos da Série A. O futebol, cada vez mais, tonar-se um artigo de luxo. Um evento para poucos... Com todos os empecilhos, a torcida raposeira se fez presente. O grito parecia está entalado na garganta: fazia tempo que não via a torcida raposeira festejar daquela forma – olha aí a importância de um Clássico. Foi bonito de ver. Uma festa digna da nossa torcida – o maior patrimônio do Clube. Foram 90 minutos de apoio. Mas ao término da partida, diante da mediocridade do time comandado por Ranielle Ribeiro, as vaias aconteceram. Nesse momento o cúmulo do absurdo: o diretor de futebol, Rômulo Farias, ao descer para o vestiário estira o dedo do meio para os torcedores. Albert Camus, o filósofo do abs...

  (Elenco do Campinense pronto para enfrentar o Botafogo-PB, em João Pessoa, pela Copa do Nordeste. Foto: Samy Oliveira. O maior desafio do Campinense em 2022 era manter a pegada do ano passado vitorioso. Após o título paraibano e o acesso a série C, era quase unanimidade: precisamos manter parte do elenco se quisermos ter sucesso no ano seguinte. Renovamos com boa parte do elenco, mas perdemos jogadores importantes. Marcos Nunes – decisivo na reta final da série D – foi embora para o São Bento e já fez 4 gols por lá. Marcelinho – esforçado, cumpria uma função tática importante na equipe de Ranielle – mudou-se para o Ipiranga/RS. Fábio Lima – principal jogador na primeira fase da série D – preferiu o ABC de Natal. Itallo – importante zagueiro– não aguentou as merecidas críticas no inicio da temporada, e foi para o Lagarto de Sergipe. Ainda perdemos reservas de pegada: Juliano, Joilson, Denis... Além disso, os jogadores trazidos ainda não vingaram: Iago, Caique, Alla...