O CAMPINENSE PRECISA INCLUIR OS POBRES NO ORÇAMENTO.
(Amigão Lotado no jogo entre Campinense 2 x 0 Icasa, na série C de 2008. Tempo em que, graças ao aumento real do salário mínimo, os pobres podiam frequentar o estádio). |
Após o empate do Campinense contra o CRB, semana passada, o assunto nos grupos de WhatsApp era um só: a torcida raposeira não está comparecendo ao estádio.
Nos dois jogos em casa contra a equipe Alagoana e o Bahia tivemos uma média de 2.016 torcedores no Amigão. Abaixo dos grandes públicos que já presenciamos, é verdade.
Além do medo de pegar a maldita COVID que, infelizmente, ainda está aí; do acesso que muitos torcedores tem aos jogos televisionados da Copa do Nordeste (através do famoso GatoNet); e da baixa frota de ônibus na cidade (alguns ônibus rodam até as 20 hrs e outros até as 21 hrs); acredito que o principal obstáculo para o número baixo de torcedores é o FATOR ECONÔMICO.
De acordo com o último censo do IBGE, em 2010, 39,5% da população campinense vivia com meio salário mínimo.
Em dados de dezembro de 2021, divulgados pelo Portal Correio, 1,6 milhão de pessoas no estado da Paraíba – o que corresponde a 41% da população – vive com menos de 450 reais por mês.
Se (o que provavelmente é) este for o índice de Campina Grande, significa dizer que quase 50% dos Campinenses vivem com menos de 450 reais por mês.
Se tais torcedores adquirissem o plano mais barato de sócio torcedor (40 reais); mais o gasto com passagens de ônibus (2 passagens por jogo, durante o mês de fevereiro, daria um gasto de 30 reais); o torcedor comprometeria cerca de 15% da sua renda, ao desembolsar 70 reais para ver os 4 jogos do Campinense no mês – sem contar que muitos torcedores teriam que pagar 4 passagens de ônibus por jogo, o que daria um custo de 60 reais, já que o digníssimo Oligarca Bruno Cunha Lima acabou com a passagem em dobro.
Numa cidade onde o preço do Quilo do feijão chega a Dez reais e a passagem de ônibus é um absurdo, o torcedor prefere comer e pagar as necessidades básicas do que ir ao Estádio.
Por isso mesmo o Campinense precisa retomar o projeto de Sócio do ano passado: os que recebem auxilio brasil e os que ganham até um salário mínimo entram numa modalidade de sócio com preço mais barato.
O atual plano de Sócio Torcedor inclui a classe média e os trabalhadores formais.
Se o Campinense quiser colocar mais gente no estádio e, mais que isso, quiser ser um exemplo em tempos difíceis, proporcionando o direito ao lazer e ao futebol, precisará incluir os pobres no orçamento.
Seria o maior Golaço da atual Diretoria.
Em tempo: A média de torcida dos outros times da Copa do
Nordeste também é baixo. Exceção é o fortaleza que tem uma média de 14 mil até
o momento. O que comprova como a crise econômica impacta a presença de público
no estádio.
Reflexão pertinente.
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